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Review luquista dos maiores discos brasileiros: 96-100

  • Foto do escritor: Lucas
    Lucas
  • 18 de jun. de 2024
  • 6 min de leitura

Em novembro de 2007, a revista Rolling Stone Brasil publicou uma lista intitulada "Os 100 maiores discos da música brasileira". A lista que apontou o hall da fama dos discos nacionais foi fruto de uma votação feita com um grupo de 60 pessoas entre estudiosos, produtores e jornalistas, que foram convidados a escolher 20 discos, sem ordem de preferência.

 

Esses dias, enquanto assistia o TikTokzinho da hora do almoço, deparei-me com um vídeo de um produtor de conteúdo que está escutando todos os 100 discos escolhidos pela RS Brasil e fazendo o seu review, totalmente parcial, o que despertou a vontade de fazer o meu também (copio mesmo).

 

No entanto, acessei a tal lista da Rolling Stone, que eu já vi algumas dezenas de vezes, para relembrar o que tinha lá e constatei o óbvio fato de que não tem nada produzido nos últimos 20 anos (é uma lista de 2007 derrrr) e isso me incomodou. A partir disso, pesquisei se a Rolling Stone havia lançado alguma atualização da lista, mas não encontrei nada a respeito.

 

Foi a partir daí que encontrei, na maravilhosa e injustiçada Wikipedia, a "Lista dos 500 maiores discos da música brasileira", eleita por uma votação realizada pelo podcast Discoteca Básica, encabeçada pelo seu criador, o jornalista Ricardo Alexandre. A votação foi feita com a participação de 162 especialistas - jornalistas, produtores de conteúdo digital, músicos, produtores musicais e lojistas de áreas diversas - que indicaram 50 discos de sua preferência cada um.

 

De cara, a lista do Discoteca Básica já me agradou mais do que a da RS Brasil por trazer o "Clube da Esquina", do Miltão e do Lô, em primeiro lugar. Além disso, por ser recente, engloba discos lançados após 2007. Então, decidi fazer o review luquista de parte da lista (500 discos é coisa demais e eu desistiria antes de ouvir um terço).



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Capa do livro "500 álbuns brasileiros de todos os tempos", do Podcast Discoteca Básica

 


As análises seguirão as seguintes regras:

 

1) Em cada artigo eu analisarei 5 discos, começando pelo 100º lugar, seguindo em ordem decrescente na lista;

 

2) A próxima análise sai quando eu conseguir ouvir os 5 próximos discos. Pode demorar 1 dia ou 1 ano, (sem pressão!);

 

3)O review é totalmente parcial e pessoal. É lógico que todos os discos são fodas e importantes, senão não estariam na lista, mas isso pouco me importa. Vou levar em consideração o meu gosto pessoal e somente ele.

 

4) Os critérios de análise serão os seguintes:

 

*Ponto forte;

*Ponto fraco;

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite?

*Bom para ouvir enquanto...;

*Dá vontade de repetir?;

*Avaliação geral;

*Nota.

 


Ao final, farei um ranking dos cem discos, de acordo com a minha opinião.

 

Também vou fazer uma playlist no Spotify com as melhores músicas dos discos.

 



Sem mais delongas, vamos aos cinco primeiros discos da lista:

 


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 #100. Tribalistas – Tribalistas (2002)

 

*Ponto forte: o disco já começa marcando território com "Carnavália", que é um resuminho de alegria brasileira. Mas também existem outros pontos fortes como "É você", "Velha infância" e a chiclete "Já sei namorar".

*Ponto fraco: "Lá de longe", apesar da letra ser bela, é repetitiva e meio enfadonha.

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite? É melhor.

*Bom para ouvir enquanto... toma um chá numa manhã chuvosa, dentro de uma casa de campo na região dos lagos do Rio de Janeiro.

*Dá vontade de repetir? Com certeza.

*Avaliação geral: quem diria que o Arnaldo Antunes soaria tão descolado num disco! Parabéns por isso, Marisa Monte! O Carlinhos Brown é realmente um artista completo, cheio de ideias, mesmo uma delas tendo sido uma tentativa frustrada de hitar um instrumento nada a ver que ele inventou para a copa de 2014. Os críticos reclamam que tem Marisa Monte demais no disco, o que acaba soando como um disco solo dela... como se isso fosse um defeito. O centésimo disco começou elevando demais a expectativa para os próximos 99. Acho que algumas injustiças serão cometidas nesse percurso. Veremos!

*Nota: 7,5/10

 

 


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#99. Canta canta, minha gente – Martinho da Vila (1974)

 

*Ponto forte: “Canta canta, minha gente”, “Disritmia”, “Renascer das cinzas” e “Visgo de Jaca”.

*Ponto fraco: Ponto fraco: sinceramente, o ponto fraco seria pular alguma das faixas, um pecado, mas como eu não vou fugir dos critérios, “Calango Vascaíno” será a escolhida. Afinal, o Vasco já está acostumado a ser o último lugar e, não sendo diferente, o eu lírico vascaíno da canção é um sofredor que alega que sua única alegria é ver o seu Vasco jogar. Logo, se esse é o ponto forte da existência desse ser, figurar como o ponto fraco da minha lista não fará nem cócegas.

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite? Seria um crime dizer que não.

*Bom para ouvir enquanto... toma uma caipirinha dentro da piscina do seu parente rico no almoço em família do domingo.

*Dá vontade de repetir? Não só dá vontade, como repeti. 

*Avaliação geral: O homem tem muito o molho. Aquela fala mansa e baixinha engana demais. Depois de ouvir este álbum fica fácil saber porque ele já teve mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores. Álbum mais pesado que qualquer disco do Metallica.

*Nota: 8,5/10.

 

 


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#98. Os tincoãs – Os tincoãs (1973)

 

*Ponto forte: “Atabaque chora”, “canto de dor”.

*Ponto fraco: Deixe a baiana sambar.

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite? Sim, sim.

*Bom para ouvir enquanto... se deita num colchonete no meio do mato olhando as estrelas.

*Dá vontade de repetir? Sim, pela beleza. 

*Avaliação geral: Grata surpresa este aqui. Confesso que não conhecia e agora considero isso como uma falha de caráter que corrigi a tempo. Não é um álbum para qualquer momento; essa reunião de afrosambas de religiões de matriz africana (principalmente) é para ser contemplada em silêncio. Não é o tipo de coisa que eu teria procurado para escutar, mas me espantou a beleza das canções. Depois, pesquisando a história dos integrantes – em especial do Mateus Aleluia –, fiquei ainda mais encantado. O Brasil às vezes é motivo de orgulho.

*Nota: 7,7/10.

 

 


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#97. Matita Perê – Tom Jobim (1973)

 

*Ponto forte: Águas de março.

*Ponto fraco: Muita erudição. A primeira canção engana e não dá o tom do que vem pela frente.

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite? Não, tô indo pro OBA.

*Bom para ouvir enquanto... mata a terceira garrafa de vinho na madrugada de sei lá qual dia seguido sem dormir depois de terminar com o amor da sua vida.

*Dá vontade de repetir? Não dá vontade de terminar.

*Avaliação geral: “Ipanema é tão legal / O meu pai é general” – já dizia um velho sábio. Brincadeira, até gosto bastante do Tom Empreguinho, mas essa aqui é um disco muito específico, ainda mais para se ouvir em pleno 2024. Se não for na ocasião descrita acima, provavelmente você não vai curtir horrores não. Inspiradíssimo disco. Você é foda, Jobim! Mas hoje o meu voto é não.

Nota: 6,6/10.

 

 


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#96. Robson Jorge & Lincoln Olivetti – Robson Jorge e Lincoln Olivetti (1982)

 

*Ponto forte: É uma sonzeira do caramba e impressiona ainda mais pelo ano em que foi gravado.

*Ponto fraco: Senti falta de um Tim Maia cantando; quase não tem vocais.

*É melhor do que um jogo do Vila Nova na segunda-feira à noite? Vou pro jogo.

*Bom para ouvir enquanto... tira o pozinho dos cantos da sala, numa tediosa tarde de quarta-feira, no seu 29º dia de férias.

*Dá vontade de repetir? Talvez umas semanas depois de escutar uma vez.

*Avaliação geral: Os dois autores dessa obra produziram quase tudo que há de mais foda nas décadas de 70 e 80 na MPB. Têm demais o meu respeito. O disco é inegavelmente foda, mas não me pega tanto sem as letras. O que custava ter um vocalzinho a mais? Dito isso, dá para colocar esse disco na frente da definição Soul Music no dicionário. Achei muito divertido dirigir escutando.

Nota: 7,1/10.

 



Dessa forma, nosso ranking após os primeiros 5 discos fica assim:

 

#1. Canta canta, minha gente – Martinho da Vila (1974): Nota 8,5/10

#2. Os tincoãs – Os tincoãs (1973): Nota: 7,7/10

#3. Tribalistas – Tribalistas (2002): Nota: 7,5/10

#4. Robson Jorge & Lincoln Olivetti – Robson Jorge e Lincoln Olivetti (1982): Nota 7,1/10

#5. Matita Perê – Tom Jobim (1973): Nota 6,6/10

 
 
 

1 comentário


GUILHERME  HENRIQUE ALVES CAMARGO
GUILHERME HENRIQUE ALVES CAMARGO
18 de jun. de 2024

👍👍

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